A programação contou com dois dias de atividades culturais
O 7º Circuito de Arte do IFMT Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva transformou o Teatro do Liceu Cuiabano e os corredores do campus, nos dias 22 e 23 de outubro, em um espetáculo de criatividade, talento e diversidade. O evento deste ano teve como tema “Resistência em movimento: corações ardentes” e contou com apresentações artísticas, teatro, cinema, oficinas, minicursos e o lançamento do 1º FESTART.
Antes mesmo da abertura oficial, o clima de animação já tomava conta dos corredores do campus. Os estudantes foram surpreendidos por um flash mob com a cantora, compositora e atriz mato-grossense Pacha Ana, que levou seu carisma e ritmo contagiante para o jardim do campus. Com sucessos autorais e muita interação, ela agitou o público.
De acordo com o professor Cláudio Dias, a organização do evento foi construída de forma colaborativa, reunindo professores, técnicos e, principalmente, estudantes. Ele destacou que o protagonismo dos alunos foi o ponto central de todo o processo, já que eles participaram ativamente da elaboração da programação, da escolha dos temas e das decisões do evento.
“Tivemos um processo democrático em que as opiniões dos estudantes foram ouvidas e respeitadas dentro das possibilidades do projeto, inclusive no que diz respeito aos limites financeiros”, explicou.
É o caso da estudante Betânia Campos, do curso de Edificações, responsável pela criação do material gráfico de divulgação do evento, desenvolvido com técnicas de grafite. Para Cláudio, essa experiência de participação ativa despertou o desejo de continuar produzindo arte e se envolvendo nas ações culturais do campus.
“Essa comissão estudantil mostrou um forte engajamento e pode até inspirar na formação de um Núcleo de Arte com presença efetiva dos estudantes. A ideia é que esses jovens continuem contribuindo com propostas, opiniões e iniciativas que ajudem a pensar e fortalecer a arte dentro do IFMT”, finalizou.
Primeiro dia
Na cerimônia de abertura, o grupo Pauta Viva, do IFMT Campus Várzea Grande, fez uma apresentação vibrante que emocionou o público. Coordenado pelas professoras Gabrielly Oliveira e Silva e Grazielle Mariana Louzada de Souza, o projeto é formado por estudantes bolsistas que aprendem música enquanto se apresentam em eventos.
Em seguida, o público acompanhou a performance do Grupo Teatral Ser Cena, projeto de extensão do Campus Cuiabá Octayde que envolve turmas do Ensino Médio Integrado. As aulas são ministradas pela servidora Marta Santos, sob coordenação da professora Mônica Spinelli e buscam unir arte e reflexão por meio do teatro.
A programação de abertura também contou com apresentação do professor Luiz Renato de Souza Pinto, a Mostra Curto Minuto, que exibiu curtas produzidos por estudantes dos primeiros anos com coordenação da professora Ana Cecília dos Santos, o Sarau Cantão, projeto da professora Cristiane Paiva Puertas, e a apresentação do violeiro Max Sales, docente do IFMT Pontes e Lacerda.
Encerrando o primeiro dia com força e representatividade, o Coletivo Afro Som, formado por estudantes e pelo professor Cláudio Dias, organizador do evento, trouxe canções que exaltam o empoderamento racial e a cultura afro-brasileira, fechando o dia sob aplausos.
Oficinas e minicursos
O segundo dia do circuito foi marcado por uma maratona de oficinas e minicursos que deram protagonismo aos estudantes e ampliaram o acesso à arte. Animação Stop Motion, Lettering, Mosaico de papel, Colagem, Poesia encenada, Capoeira Angola, Teatro, Leitura e Escrita Criativa, Cine Debate, Vivências da Roda de Capoeira Angola, entre outras atividades.
Uma das oficinas mais procuradas foi a de colagem, ministrada pela estudante Ana Rafaela Veloso de Alencar, do curso técnico em Informática, e coordenada pelo professor Kleber Corbalan.
“Eu não achei que fosse ter tanta gente, mas fez bastante sucesso e eu estou bem feliz. Tenho um diário de colagens onde guardo minhas memórias, e foi muito legal compartilhar um pouco do que sei com outras pessoas”, contou Ana Rafaela.
Participante do projeto Ateliê Livre, ela celebrou o alcance do circuito. “Geralmente participam poucas pessoas do ateliê, por conta do número de vagas, então estou muito feliz de ver tanta gente conhecendo o que fazemos e se interessando pela arte.”
O segundo dia do evento também foi marcado pelo lançamento do 1º FESTART, um festival que reuniu bandas, MCs, cantores e performances em uma clima de celebração e criatividade. O palco recebeu atrações como o grupo Os Proparoxítonas, do IFMT Campus Pontes e Lacerda, e os MCs Agave e Machel Davi, que agitaram o público com apresentações cheias de energia e expressão artística.
A programação contou ainda com a apresentação do Coro do Campus Cuiabá Octayde, regido pelo professor Hugo de Leon Carvalho Cedro, que encantou o público com performances marcadas pela harmonia e emoção.
Intercâmbio Artístico
As exposições de artes visuais do Ateliê Livre, coordenada pelo professor Kleber Corbalan, ganharam destaque na Biblioteca Orlando Nigro. O campus recebeu também obras vindas do Campus Diamantino e da Escola Estadual Fernando Leite, promovendo um intercâmbio artístico entre diferentes instituições.
O professor Cláudio destacou a importância das parcerias com outros campi, como Várzea Grande, Bela Vista, Diamantino e Pontes e Lacerda, o que fortalece o caráter de circulação e troca artística do evento. “O circuito democratizou o acesso à arte, abrindo espaço para todos que quiseram participar e promovendo um verdadeiro intercâmbio dentro da instituição.”
Ele também refletiu sobre o tema desse ano, que promoveu debates mais amplos sobre o papel da arte na educação e na sociedade. Segundo ele, o evento surgiu em um contexto em que as expressões artísticas vêm sendo desvalorizadas.
“A proposta dos alunos girou em torno da ideia de ‘corações ardentes’, uma referência à concepção da artista Vitória Basaia, que fala sobre a arte como algo que arde e inspira esperança.”
Fortalecimento das práticas artísticas
O professor finalizou ressaltando que essa sétima edição consolidou uma nova fase no fortalecimento das práticas artísticas, marcada pela ampliação de produções internas do campus e pela integração entre os campi. “Em circuitos anteriores, tínhamos poucas atrações de dentro do campus. Hoje, mais da metade das atrações foram criadas dentro do próprio campus, como o Grupo Teatral Ser Cena, o Coral do IFMT Cuiabá e o Ateliê Livre, que trouxe uma diversidade de trabalhos dos estudantes.”

