Leia os relatos publicados no boletim da Rede Internacional de Escolas Criativas (RIEC)
Amarília Mathilde Silva e Giulia Schauffert Gastão têm em comum o mesmo local de trabalho: o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) Campus Cuiabá – Octayde Jorge da Silva. Há um ano, as duas e a pedagoga Patrícia Lopes, que atua na Reitoria, viveram uma etapa acadêmica transformadora durante três meses.
Os relatos do período de formação na Universidade de Barcelona, por meio do doutorado-sanduíche, foram compartilhados no boletim semestral da Rede Internacional de Escolas Criativas (RIEC) e estão disponíveis para leitura, em português.
As três, além de servidoras do IFMT, também são colegas no Doutorado Interinstitucional do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), oferecido em parceria com o IFMT. O incentivo para pleitear a vaga no edital partiu da orientadora delas, a professora Marilza Suanno. Em Barcelona, Amarília, Giulia e Patrícia foram recepcionadas e coorientadas pela professora Núria Ramirez.
Para Amarília: “Viver essa experiência aos 46 anos era algo muito distante de minha realidade. Casada, mãe de três filhos e com uma crença limitante de que a casa não funcionaria sem minha presença, tudo isso me impedia de sequer imaginar em viver só em um país desconhecido social e culturalmente”.
Vivências em escolas públicas
Já em solo catalão, as servidoras atuaram na educação pública, especificamente em instituições que adotam os princípios da escola criativa. Nessa perspectiva, o ensino e a aprendizagem estão interligados de maneira transdisciplinar, abarcam diferentes áreas de conhecimentos na prática pedagógica.
“Essas vivências me possibilitaram compreender que, mesmo diante dos desafios enfrentados pela educação pública em Barcelona, a educação que inspira a criatividade é um dos caminhos viáveis para a formação de sujeitos autônomos, emancipados, críticos, sensíveis aos aspectos do contexto em que estão inseridos e potencialmente responsáveis por transformações sociais e ambientais”, diz Amarília.
Giulia atua no curso de Licenciatura em Educação Física, no IFMT, e acompanhou as aulas de Orientação de Estágio, ministradas pela coorientadora, em Barcelona. O tema também faz parte de sua pesquisa de doutorado e da disciplina ministrada no Campus Cuiabá. “Atualmente, investigo o estágio supervisionado curricular com foco na construção de saberes-fazeres e na profissionalidade docente sob uma perspectiva crítica, complexa e transdisciplinar.”
Os meses em Barcelona “ampliaram minha compreensão sobre globalização, colonialidade, estética, política e formação docente a partir de lentes complexas, transdisciplinares e interculturais, despertando os sentidos e a sensibilidade”, diz a professora.
Para a pedagoga Patrícia, o período também abriu possibilidades para a reinvenção, de si mesma, como pesquisadora e servidora da educação pública. “A transdisciplinaridade revelou-se, nesse contexto, não apenas como perspectiva epistemológica, mas como modo de estar no mundo, pois me permitiu reconhecer que o outro é um espelho que me devolve perspectivas, e não verdades. E, aprendi, que a complexidade da vida não se resolve, habita-se.”
Os relatos estão disponíveis no boletim Rede Internacional de Escolas Criativas (RIEC), número 33, a partir da página 18. Leia aqui.

