Nesta terça-feira (16/11) o professor Lucas Santos Café, um dos representantes do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro, Indígena e de Fronteira (NUMDI) e diretor de Educação Profissional e Técnica de Nível Médio do IFMT, e a professora de História do Campus Cuiabá - Cel. Octayde Jorge da Silva, Manuela Arruda dos Santos Nunes da Silva, receberam Moção de Aplausos durante a sessão solene na Câmara Municipal de Cuiabá em homenagem ao Dia Nacional de Zumbi e Mês da Consciência Negra, por iniciativa da parlamentar Edna Sampaio (PT) e do presidente da Casa, vereador Juca do Guaraná Filho (MDB).
Lucas Café participou da sessão solene da Câmara Municipal de Cuiabá pela sala virtual, de forma remota. A professora Manuela Arruda dos Santos Nunes da Silva participou de forma presencial. Durante a sessão foram entregues moções a 118 lideranças negras da antiga e da nova geração no Estado.
Todos os homenageados foram indicados por coletivos do movimento negro e por instituições do segmento. Além da moção, eles receberam obras de arte doadas pelo artista plástico Pádua.
Lucas Café declarou, que a homenagem não foi apenas uma grata surpresa, mas um momento extremamente significativo.
“Receber um prêmio em uma sessão organizada e presidida pela primeira mulher negra que se tornou parlamentar da casa do povo desta cidade, a vereadora Edna Sampaio, é uma honra imensurável. Quando recebemos um prêmio desse, ao lado de tantas pessoas que alimentam as trincheiras da luta antirracista nessa cidade, temos a certeza de que estamos trilhando o caminho certo com as pessoas certas”.
Café acrescenta que sem o NUMDI e o NEAB (Núcleo de Estudos Afro-brasileiro, Indígena e de Fronteira Maria Dimpina Lobo Duarte) do IFMT, nenhuma homenagem seria possível.
“Gostaria de compartilhar essa honraria com todos e todas as servidoras que fazem parte do nosso NEAB, especialmente, a irmã Maristela Abadia Guimarães. Sem o NUMDI nada disso seria possível. Temos agora que continuar trabalhando para que a luta antirracista e a educação para as relações étnico-raciais sejam prioridades em nossa instituição. Como parte do corpo gestor desta instituição, tenho que trabalhado para isso” finalizou Lucas Café.
A professora de História do Campus Cuiabá - Cel. Octayde Jorge da Silva ressaltou que há 12 anos trabalha na luta antiracista, em prol de uma educação mais igualitária. "Já atuei na formação de professores no contexto da aplicação da lei nº 1.0639/2003 que instituiu nas escolas o estudo da história e da cultura afro-brasileira nos currículos. Trabalhei no Campus Pontes e Lacerda com projetos sobre história e cultura dos povos tradicionais da Fronteira Oeste, com ênfase nas Histórias Quilombolas e Chiquitana e hoje no Campus Cuiabá tenho um projeto de clube de leituras antiracistas que está funcionando na pandemia pelo Telegram. O ano que vem, as reuniões serão presenciais", conta Manuela Arruda dos Santos Nunes da Silva. Ela acrescentou ainda que atualmente pesquisa a personagem Teresa de Benguela e atuou na elaboração da minuta do edital de heteroidentificação do IFMT.
Sobre a homenagem, a professora disse que ficou bem feliz, "O mais importante é um reconhecimento do trabalho e uma responsabilidade, dedico essa homenagem aos meus estudantes, pois é para eles que luto por uma sociedade mais justa. Eu agradeço ao IFMT por dar liberdade e oportunidade dos projetos com a temática racial em sala de aula", conta.
Além da Moção de Aplausos da Câmara Municipal de Cuiabá, a professora Manuela receberá nesta quinta-feira (18/11), às 19 horas, o 1º prêmio estadual Tereza de Benguela, realizado pela Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso e o coletivo herdeiras do Quariterê.
