A partir de uma normativa do MEC os cursos superiores precisaram implantar a curricularização da extensão, processo que estão fazendo à medida que reformulam suas propostas pedagógicas curriculares. Sendo assim, para a atividade de extensão do 1° semestre de Educação Física, foi proposto aos acadêmicos a realização de um projeto interdisciplinar intitulado: “Aprendendo com a Ancestralidade: corpo e ludicidade na perspectiva da Educação Física”.
O projeto envolve a colaboração de cinco disciplinas do 1º semestre do curso, sendo elas: Abordagens Socioantropológicas da Educação Física, Teoria dos Jogos e Brincadeiras, Anatomia Funcional, Fundamentos Biológicos e Atividades Integradoras I. Os grupos trabalharam com os assuntos: Anatomia, Alimentação, Jogos e Brincadeiras e Sócio-História, voltados para a melhor compreensão e desconstrução de pré - concepções sobre o continente Africano.
Desde março foram desenvolvidas várias iniciativas para subsidiar os acadêmicos na concepção e realização desse projeto: a) momentos de aulas partilhadas entre dois docentes para garantir a perspectiva interdisciplinar; b) participação em uma vivência da “Rota da Ancestralidade”, sob a condução do diretor do MISC (Museu da Imagem e do Som de Cuiabá), Cristovão da Silva; c) realização de uma roda de conversa com exibição de documentário seguido de relato de experiências com a produtora cultural Marisol Kadiegi (como parte da programação da Semana Ancestral) e d) visita ao IMUNE (Instituto das Mulheres Negras) – Centro Cultural “Casa das Pretas”.
Para Fabiano Souza, acadêmico de Educação Física, o programa de extensão superou todas as expectativas, pois puderam notar o grande interesse dos participantes, que não pouparam esforços para interagir nas atividades propostas. “Como aprendiz da história da África Antiga, fiquei extremamente grato em integrar o projeto, especialmente com o tópico Sócio-História: Museu da Educação Física e tema ‘Desconstruindo a História Contada' definido pelo meu grupo", conta.
“O objetivo do nosso tema foi alimentar o conhecimento dos alunos, questões relacionadas a África que não se aprende dentro de sala de aula, ou televisão e mídias sociais. Apresentamos dentro de um labirinto, imagens sobre como era a vida dos escravizados africanos no Brasil, a Diáspora e a África Antiga, vídeos sobre a cultura, religião e alimentação afro-brasileira, impressões 3D de objetos históricos e exposição de bonecos de Orixás”, Fabiano acrescenta. Agradeceu ainda o apoio do IFMT Bela Vista pela colaboração dos expositores para construção do labirinto e do IMUNE pelo empréstimo dos bonecos dos Orixás.
A culminância do projeto aconteceu sábado (13), com o protagonismo dos acadêmicos no desenvolvimento de momentos de aprendizagem para crianças e pré-adolescentes que são alunos do 5º, 6º e 7º anos de turmas da entidade filantrópica - Sociedade Espírita Eurípedes Barsanulfo - Educandário “Maria de Nazaré”, em Várzea Grande, que puderam experienciar uma série de atividades temáticas. O evento contou com a participação dos professores do Campus Cuiabá Octayde, Sandro Aparecido dos Santos, Fabiane Mesquita, Giulia Gastão e Marcelo Alexandre.
