No último sábado (4 de maio), o Ginásio Sabino Albertão do IFMT Campus Cuiabá - Cel. Octayde Jorge da Silva, popularmente conhecido como Fornão, foi palco de dois eventos importantes do esporte mato-grossense: Copa de Judô Mirim e o Campeonato Mato-Grossense dos Veteranos.
Os eventos reuniram 360 atletas de várias idades e contaram com o apoio da Federação Mato-Grossense de Judô, que forneceu itens utilizados em eventos internacionais e olímpicos, como placares, computadores, pódio, medalhas e troféus.
Além disso, estiveram presentes judocas de projetos sociais e de academias de Cuiabá e da região, como Primavera do Leste e Campo Verde.
Responsável pelo projeto de extensão “Educação e Rendimento” e pela organização do evento, o professor do Campus Cuiabá Octayde, Alessandro Marcondes Alves, que é faixa preta no esporte, explicou que os voluntários do projeto, em parceria com os representantes da Federação, administraram todas as etapas do campeonato.
“Foi feita uma programação, coordenada com a federação, que nos cedeu essa estrutura física. Todos os faixas pretas que estão no projeto de extensão fizeram essa parte de arbitragem e de mesa, importante que mesários e os que cuidam de súmulas são atletas de faixas coloridas, então já vão pegando experiência no tocante à administração da modalidade desportiva, até porque nós temos larga experiência com arbitragem em campeonatos regionais e nacionais”, explica.
A Copa de Judô Mirim, que foi realizada para judocas de até 13 anos, Sub 13, apresentou uma forma diferente das competições tradicionais com medalhas para todos os participantes e a possibilidade das crianças mostrarem suas habilidades.
“A gente chama de festival, eles simulam, ficam brincando, fazem um pouco de ginástica. Todos levam medalha no festival, que é uma interação entre eles. É a oportunidade dos pais verem os filhos, então é muito legal”, analisa o professor.
Já no Campeonato Mato-Grossense dos Veteranos participam os judocas a partir dos 30 anos e as categorias são divididas por idade e peso. Além disso, nesta competição os atletas tiveram que “suar muito” para conquistar as primeiras colocações.
Isso porque os primeiros colocados tiveram a chance de se classificar para campeonatos nacionais e para o World Championships Veterans 2024, que é um campeonato mundial, que ocorrerá, este ano, em Las Vegas, nos Estados Unidos.
“Nesse ranqueou tanto para o nível nacional quanto para o nível internacional. Por esta razão, provavelmente, alguns dos atletas veteranos já vão ter condições de participar do campeonato mundial em Las Vegas, que será na primeira semana de novembro. Inclusive, eu também ranqueei e vou para lá competir na minha categoria”, comemora o professor.
Projeto de extensão
O projeto de extensão “Educação e Rendimento”, desenvolvido pelo Campus Cuiabá Octayde desde 2022, ocorre nas segundas, quartas e sextas feiras em dois horários, das 18h às 19h para crianças de cinco a 11 anos, das 19h às 20h30 e nos sábados das 09h às 11h para atletas 12 anos acima, nas dependências da instituição. Atualmente, são mais de 100 alunos que treinam no local e aprendem sobre as artes marciais.
Dentre os participantes do projeto, estão crianças com espectro autista e em situação de vulnerabilidade e risco social, que conseguem obter no judô uma nova perspectiva de vida, uma vez que o judô é uma arte marcial que prega disciplina, respeito, amizade mútua, cidadania, além de valores ético-morais. “As crianças que estão com a gente não pagam nada, e todos os faixas pretas são voluntários. O projeto é sensacional”.
Desde que começaram a desenvolver o projeto, as medalhas passaram a ser uma realidade na vida dos participantes, que colecionam vitórias nas etapas regionais e nacionais do Jogos dos Institutos Federais (JIFs) e em outras competições regionais da federação e confederações brasilienses de judô.
Como no projeto os Senseis são todos federados, todas as faixas que são atribuídas aos atletas participantes do projeto são reconhecidas pela Federação Internacional de Judô, com reconhecimento mundial.
Parte dessas conquistas são graças aos atletas voluntários que se dedicam em passar todas as técnicas e conhecimentos aos participantes. Inclusive, a maioria dos voluntários são judocas premiados e certificados. “Em alguns treinos, chegamos a ter 17 atletas faixa preta que são voluntários e não cobram um único centavo por isso”, explica Alessandro.